sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Madeira Zero

Do site http://www.nossasaopaulo.org.br/

"Luanda Nera - repórter do Movimento no FSM 2009
Uma sociedade “ecossocialista”, que faça a convergência entre a defesa da ecologia e as causas dos movimentos sociais urbanos. Esse é, na opinião do cientista social Michael Lowy e do escritor e religioso dominicano Frei Betto, o modelo ideal (e necessário) para a vida no planeta. Eles participaram do Fórum Social Mundial, em Belém, a convite das redes brasileira e latinoamericana por Cidades Justas e Sustentáveis, e foram aplaudidos pela platéia que lotou um dos auditórios da Universidade Federal Rural.
Protagonistas do conceito de ecossocialismo, Betto e Lowy fizeram um emocionante relato da trajetória de dois grandes ativistas que atuaram na região amazônica – o seringueiro Chico Mendes (assassinado em 1988) e a irmã Dorothy Stang (assassinada em 2005) –, sempre traçando paralelos com as lutas que continuam no Brasil e no mundo. “O Chico Mendes continua a inspirar militantes em vários países. Era um pragmático, mas também um utopista”, resumiu Lowy. “A impunidade dos crimes do latifúndio e a falta de reforma agrária mataram a irmã Dorothy”, enfatizou Betto.
Fazendo uma ponte com o cenário atual, marcado pela crise financeira mundial e o conseqüente debate sobre os rumos do capitalismo, Betto e Lowy enfatizaram a necessidade de um modelo que assegure os direitos humanos acima de tudo e que promova uma transformação radical em nosso padrão de consumo. “As questões ecológicas exigem medidas radicais, é urgente uma mudança no nosso padrão de civilização. O ecossocialismo é a corrente que luta pela defesa da natureza, da vida e por uma sociedade baseada em valores”, afirmou Lowy.
Para Betto, a construção de cidades sustentáveis (ou ecossocialistas) exige práticas concretas, como o Movimento Nossa São Paulo e os demais que já se formaram em outros municípios brasileiros e latinoamericanos. O religioso também descreveu os quatro valores sobre os quais o conceito de ecossocialismo se apoia: visão crítica do neoliberalismo, organização da esperança, resgate da utopia e elaboração de projetos alternativos. “A luta pelo ecossocialismo começa aqui e agora, na defesa do desmatamento zero na Amazônia, no fortalecimento da rede de cidades justas e sustentáveis”, concluiu Frei Betto. “A consciência é o que nos leva à ação. E é neste sentido que precisamos trabalhar juntos para que seja possível repensar nossas cidades”, completou Michael Lowy."


Acho que já estão criando nomes demais para o que conheço como “desenvolvimento sustentável”, nomes diferentes, a essência é a mesma. Tudo bem.
O que se discute no campo de desenvolvimento sustentável é o que o próprio nome diz, por isso gosto dele. Acabar com o desmatamento na Amazônia é justo? Justo com a população local eu digo, que as vezes possuem apenas no extrativismo uma fonte de renda. Pode se desmatar a Amazônia de modo sustentável? O Brasil tem autonomia de criação e fiscalização para um programa desses? Eu tenho lá minhas dúvidas. O extrativismo para fins comerciais da madeira é apenas um caso, temos ainda a criação de pastagens e plantações de soja e outras culturas. O maior problema em relação ao extrativismo da madeira é o manejo, quando se refere ao tempo que as espécies demoram para atingir sua “maturidade comercial”. Desencorajando o seu plantio em escala. Existe também barreiras mais complexas, como o mogno, de grande beleza âmbar para móveis, que sua plantação em escala de monocultura, leva a ataque de insetos, os mesmos poderiam migrar para florestas naturais causando um impacto pior que qualquer modelo de moto-serra. Segue texto da Wikipedia:

Actualmente, todas as espécies do género Swietenia estão listadas pela CITES como espécies protegidas. A espécie, assim como o cedro brasileiro (Cedrela fissilis) e a andiroba (Carapa guianensis), ainda não podem ser plantadas em larga escala em monocultura, por serem atacadas pela lagarta Hypsipyla grandella Zeller, 1848 (Lepidoptera: Pyralidae), também conhecida como "broca das meliáceas".
A EMBRAPA-Florestas, no entanto, em sua Circular Técnica 16, descreve o módulo agroflorestal instalado na vitrine de técnicas em Brasília, em pleno cerrado, onde uma das espécies plantadas é o mogno, junto com andiroba e outras espécies repelentes de insetos.

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