sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Recicláveis diante da crise

Do http://ultimosegundo.ig.com.br/, portal de notícias do IG.

"O mercado de materiais recicláveis tem enfrentado um dos piores momentos de sua história com o agravamento da crise financeira, a partir de outubro do ano passado. Insumos como papel, papelão, plástico e metais recicláveis agora encontram muito menos interesse das empresas, que passaram a reduzir sua produção, como forma de corte de custos e acompanhando a queda na demanda. Com isso, o preço dos materiais recicláveis foi diretamente afetado.
Um dos maiores mercados compradores de recicláveis é a China, que adquire sua cota especialmente nos EUA e Reino Unido. O país, no entanto, passou a exportar muito menos seus produtos “Made in China” e, com isso, o papelão utilizado como embalagem passou a se acumular nos estoques. No final do ano, a China estava importando recicláveis, mas como combustível mais barato para as caldeiras e fornos industriais.
Nos EUA, a tonelada da lata, por exemplo, atingiu U$5 em dezembro passado. No ano anterior, em 2007, este mesmo volume era vendido em torno de US$ 327. Já a tonelada de papelão foi vendida recentemente entre US$ 25 e US$ 30, mas havia chegado a US$ 300 há poucos meses.
Brasil
Enquanto no mundo os meses de setembro e outubro já apresentavam preços em queda, o Brasil, no entanto, só começou a perceber alguma diferença em dezembro. Ainda não existem estatísticas consolidadas para este mês, mas Pedro Vilas Boas, estatístico da Associação Brasileira de Celulose e Papel, conta que o abastecimento de recicláveis no Brasil se dá no próprio pais e que, por isso, o mercado está relativamente protegido de crises internacionais.
Plástico
Apesar de acompanharem a queda de preços de seus colegas recicláveis, os plásticos têm resistido com alguma bravura. Segundo Hermes Contesini, porta-voz de Relações com o Mercado da Associação da Indústria do PET (Abipet), esse setor se salva pela versatilidade da matéria-prima, mas que nessa época do ano há uma queda de preços. “Estamos numa época que os materiais sobram. No verão há muito consumo de líquidos em embalagens PET. Existe uma destinação do PET, para a indústria têxtil, que também apresenta queda no verão. Por outro lado, você tem uma variedade de demandas, como para fabricação de vassouras, por exemplo, que nada tem a ver com o período do ano”, explica. Segundo ele, os preços variam, mas estão em torno de R$ 0,90 a R$ 1 por quilo, mas chegaram a R$ 1,30 por quilo antes da crise.
Projeções
Lourisvaldo Silva Santana, coordenador-geral da Coopere, cooperativa de materiais recicláveis de São Paulo (SP) conta que altos e baixos desse mercado são naturais, especialmente neste período entre final e início de ano, mas a situação atual não é comum. “Eu tenho dez anos de [trabalho em] cooperativas e nunca vi uma queda de preços como essa”, afirma. Segundo ele, todos os produtos enfrentam queda, mas as cooperativas, de forma geral, estão estocando o quanto podem até que o mercado melhore. A expectativa de Santana e de todos os entrevistados é que isso aconteça após o Carnaval, quando o mercado, tradicionalmente, volta a se aquecer.
"

Essa semana pude acompanhar tal acontecimento. Meu tio separava caixas de papelão para um senhor que ia religiosamente as quartas feiras retira-las. Depois de dois cafézinhos e uma conversa, separava sua carga e seguia seu caminho.
Na última quarta-feira de janeiro ele apareceu, pediu o café, contudo não quis carregar as caixas e sua conversa..."Tive que tocar fogo em um monte de papelão lá em casa, ninguém quer mais, não tenho onde guardar, então não vou levar."
Catadores em geral precisam de produtos que vendam. Papelão, latinhas, PETS, etc. Salvar o meio ambiente é um bônus no processo para eles. Agora, salvar o meio ambiente exclusivamente, não vende.
Entrei em contato com três empresas de reciclagem, pedi um atualização de valores e números e qual a visão deles. Assim que me passarem os dados, será devidamente postado.

Para ilustrar o post confiram as fotos de Paulo Giandalia. Um ensaio com catadores de papel, lindas fotos. Fotos impactantes, que registram momentos nunca vistos como arte. Do site Do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis.
http://www.mncr.org.br/box_2/noticias-regionais/os-catadores-de-papel-por-paulo-giandalia/

4 comentários:

  1. Mew,e vc nem faz ideia...
    Onde eu trabalho só faltaram cortar o holerite para a redução de custos...

    Belo trabalho o teu!

    Parabéns pelo Blog!

    ResponderExcluir
  2. Caara, muito difícil encontrar, nos dias de hoje, alguém com tanta consciência desses problemas!
    Parabéns mesmo!Já te coloquei nos meus favoritos!
    Te indiquei pra um manifesto que a gente tá tentando divulgar pelos blogs.
    Acho que vai ser bem importante que você participe.
    Dá uma olhada lá, ok?
    http://insanoraciocinio.blogspot.com/2009/02/manifesto-jovens-que-pensam.html

    Abraços,
    Vítor Torrez

    ResponderExcluir
  3. Gostei muito dessa materia,e queria dizer que tbm gostei do seu blog...ele não tem um visual bom mais é muito informativo. =D

    ResponderExcluir
  4. Obrigado a todos pelos elogios e críticas.
    Diego, não sei se um dia inventarão outro formato de comprovação de renda. Acho válido qualquer outro meio, desde que o aceitem quando fizermos nossas prestações, que alias, poderiam de ser de outra forma, não aquelas brochuras enormes (já viu um com 60 prestações?)
    Vitor e Bruno
    Excelente o blog, hoje em dia a mobilização juvenil, com o advento da internet, é instantânea. Lembro-me que participei da passeata "fora-Collor" ( aquele negócio de caras-pintadas), sabe como a gente combinou? Eu cheguei as 7:00 da manhã na porta da escola, no centro de SP, havia lá uma multidão, "Vamos todo mundo pra paulista" seguimos a pé, de escola em escola, juntando cada vez mais gente. Viu no que deu? Agora se você me perguntasse na época o que eu estava fazendo ali, eu não sabia. Foi uma boa farra. Vou melhorar o aspecto do blog, ando meio ocupado, colocarei meus links favoritos aqui, ( inclusive o seu Vitor)mas a verdade é que ainda não domino todas as artes internéticas. Estou aprendendo.

    ResponderExcluir